Início Saúde Tratamento para Parkinson: Neurocirurgião explica método eficaz

Tratamento para Parkinson: Neurocirurgião explica método eficaz

por Plataforma dos Municípios
Tratamento para Parkinson: Neurocirurgião explica método eficaz

Tratamento para Parkinson inclui procedimento que impacta de modo positivo na qualidade de vidas das pessoas com a doença

Recentemente, o neurocirurgião Bruno Burjaili revelou que implantes cerebrais milimétricos já são usados no dia a dia para o controle do Parkinson, da distonia, e de outras doenças que desencadeiam tremores. Confira ao longo deste artigo trechos de uma entrevista do médico de Santos dada ao jornal A Tribuna.

Contudo, vale destacar também que fora o Brasil, outros países têm contribuído com novos tratamentos em prol do retardamento da doença. É o caso do método de Indução de Proteínas de Choque Térmico, desenvolvido pelo médico brasileiro Marc Abreu, radicado nos Estados Unidos. Trata-se de um procedimento não invasivo, que consiste em submeter o corpo a altas temperaturas de forma totalmente controlada, em que o choque térmico provoca um estímulo no cérebro do paciente.

Tratamento para Parkinson

No caso do neurocirurgião Bruno Burjaili, ele explica que o tratamento para Parkinson funciona a partir de um eletrodo, implantado no cérebro por meio de uma incisão de aproximadamente três centímetros e um orifício de sete a oito milímetros. E é através dessas passagens que é colocado um fio de um milímetro e meio de diâmetro e, com o paciente acordado, é feito vários testes que vão localizar a região onde o eletrodo deve ficar de modo preciso. Mas, para fazer tal ajuste, é necessário que o especialista conheça bem toda a anatomia cerebral. Com tudo, é importante frisar que, apesar de se manter acordada durante o procedimento, a pessoa recebe anestesia local e com isso não sente dor.

Material do eletrodo

Por sua vez, o eletrodo é composto de platina e irídio. Além disso, o o tratamento para Parkinson mostra-se muito pouco agressivo ao cérebro. E isso inclui ainda o implante de uma bateria, que fica debaixo da pele da região peitoral e gera estímulos elétricos delicados e precisos.

Quando começa a mostrar sua eficácia?

Por outro lado, o resultado já pode ser estimado imediatamente, durante a própria cirurgia. Porém, ainda de forma parcial. “Após algumas sessões de programação pós-operatória, no consultório, atingimos o maior potencial dessa terapia”, explica Bruno.

Quando pode ser feito o procedimento?

Ele não pode ser feito logo após o diagnóstico da doença, ressalta. Neste caso, a pessoa precisa estar com sintomas há pelo menos quatro anos. Isso porque com menos tempo de doença, em alguns casos, o diagnóstico ainda precisa ser otimizado. Também é preciso considerar que, na fase inicial do Parkinson, os remédios resolvem bem os sintomas e paciente consegue ter qualidade de vida.

Já a cirugia começa a ser pensada quando já são necessárias doses mais altas ou frequentes de medicamentos, evitando assim flutuações (altos e baixos), que são comuns na doença em estágio intermediário ou um pouco mais avançado. Nessas etapas, os remédios fazem efeito por menos tempo e às vezes em que a pessoa usa ao longo do dia aumentam, além da própria variedade de tipos e formulações dessas substâncias.

Diagnóstico

O diagnóstico para Parkinson pode ser feito durante a consulta, mas também com a junção de alguns exames. Porém, o diagnóstico é basicamente clínico.

Procedimento com eletrodo é definitivo?

Segundo Dr. Bruno ele é definitivo. Entretanto, a bateria convencional precisa de troca em período de três a cinco anos. Contudo, há um outro modelo, recarregável, em que o paciente usa um dispositivo por indução eletromagnética, aproximadamente uma vez por semana. Neste modelo, a troca pode demorar mais tempo para ser necessária, mas deve-se considerar o desconforto das recargas.

O método pode ser usado em outras doenças que provocam tremores?

Sim, o tratamento também é indicado para o tremor essencial, que é a doença com tremor mais comum que existe, e para a distonia (distúrbio do sistema nervoso que causa agitação rítmica e pode afetar mãos, cabeça, voz, braços e pernas).

O tremor é interrompido após a cirurgia?

O objetivo é chegar o mais próximo possível disso, admite o especialista. “Mas sem dúvida, a redução de sintomas é muito grande”.

Dores crônicas

Em teoria, qualquer caso de dor neuropática pode ser beneficiado com o uso do eletrodo. No caso do Parkinson, tremor essencial e distonia, isso já está fundamentado há décadas. Mas, para pessoas que perderam o movimento das pernas, o eletrodo terá que assumir a função de mandar o comando cerebral, fazendo uma conexão entre o cérebro e os músculos. Contudo, dentro de alguns anos, isso deve estar na prática médica, uma vez que essa tecnologia é promissora e pode ser estendida para o tratamento de diversas outras condições.

Mas, quando fazemos algum movimento, o comado sai do cérebro e passa pela medula para chegar aos membros. “Por isso, quando alguma doença danifica esse “caminho”, isso impede que o paciente tenha controle sobre os movimentos dessas partes do corpo. Já há métodos que visam transmitir pensamentos a membros mecânicos para restaurar o movimento. No entanto, essa nova técnica pode ser capaz de realizar ligação direta entre o cérebro e uma região da medula que está danificada, sem a necessidade de próteses robóticas”.

*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/paciente-idoso-close-up-com-dor_7591726

Postagens relacionadas