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Victor Duque Estrada Zeitune explica o uso da IA na cardiologia

por Plataforma dos Municípios
Victor Duque Estrada Zeitune explica o uso da IA na cardiologia

Estudos indicam que as doenças cardiovasculares, responsáveis por 30% dos óbitos anuais, podem ser detectadas precocemente com o apoio de novas tecnologias

A inteligência artificial (IA) tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de diversos setores, incluindo a área da saúde. Na cardiologia, o diagnóstico precoce tem avançado significativamente, especialmente em exames de rotina como tomografia, eletrocardiograma e ecocardiograma.

Por meio de redes neurais de aprendizado profundo (deep learning), a IA permite a interpretação rápida e precisa de eletrocardiogramas (ECGs), identificando padrões muitas vezes imperceptíveis à análise humana. Segundo cardiologistas, a tecnologia pode auxiliar na detecção de cardiomiopatias, identificar a rejeição após um transplante cardíaco, fibrilação atrial silenciosa, entre outras condições.

Integração da inteligência artificial

A IA também tem sido incorporada a dispositivos de monitoramento contínuo, que podem ser utilizados no corpo. Essas tecnologias acompanham os sinais cardíacos em tempo real, facilitando o diagnóstico precoce de descompensação da insuficiência cardíaca e arritmias.

Nos exames de imagem, a inteligência artificial contribui para o aumento da resolução das imagens e para a automação na identificação de marcadores de risco, permitindo prever eventos cardiovasculares mesmo em pacientes assintomáticos.

Personalização de tratamentos

A IA também otimiza a análise de grandes conjuntos de dados, separando-os em subgrupos para avaliações mais precisas e recomendações personalizadas, especialmente no tratamento da insuficiência cardíaca. Modelos preditivos integram variáveis genéticas, clínicas e laboratoriais para ajustar dosagens e melhorar a resposta dos pacientes aos tratamentos.

No caso de pacientes com doença arterial coronariana, a inteligência artificial auxilia na avaliação da resposta às terapias antiplaquetárias e na escolha da melhor abordagem para a aplicação de stents — pequenos tubos em forma de malha inseridos em vasos sanguíneos para mantê-los abertos.

O monitoramento remoto, realizado por meio de dispositivos vestíveis, como relógios e sensores equipados com IA, ajuda a detectar oscilações na pressão arterial, frequência cardíaca e sobrecarga de líquidos no organismo. A análise em tempo real dos sinais vitais permite ajustes no tratamento e a emissão de alertas de risco.

Segurança no uso da IA na cardiologia

Para a aplicação da inteligência artificial na cardiologia, é essencial considerar medidas de segurança e questões éticas. Entre as principais preocupações estão a privacidade e a confidencialidade das informações dos pacientes. Além disso, é fundamental que essas tecnologias sejam validadas em populações diversas, a fim de evitar desigualdades no atendimento e garantir sua eficácia.

Outro desafio importante é a responsabilidade pelos laudos emitidos por IA, já que esses sistemas podem apresentar falhas. Além disso, o consentimento para o uso de informações dos pacientes em estudos clínicos e testes de novos tratamentos deve ser tratado com rigor.

Casos de sucesso

A análise de ECGs é um dos campos mais promissores na aplicação da IA na cardiologia. O uso de deep learning, especialmente de redes neurais convolucionais — projetadas para processar dados estruturados em grade, como imagens —, tem possibilitado uma interpretação rápida e precisa dos exames.

Esses avanços têm permitido alcançar uma capacidade diagnóstica semelhante à de especialistas, auxiliando na previsão de fibrilação atrial, avaliação da função ventricular e identificação de condições como cardiomiopatia hipertrófica, síndromes coronarianas agudas e estenose da valva aórtica.

A IA tem aprimorado a utilização do ECG na detecção precoce de doenças cardíacas e é amplamente aplicada na análise de imagens cardíacas, melhorando diagnósticos e tratamentos. No entanto, desafios como a validação clínica e a privacidade dos dados ainda precisam ser superados.

O artigo contou com a consultoria do médico cardiologista Dr. Victor Duque Estrada Zeitune.

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