Início Saúde Ablação de metástase pulmonar: é possível fazer apenas com anestesia local

Ablação de metástase pulmonar: é possível fazer apenas com anestesia local

por Plataforma dos Municípios
Ablação de metástase pulmonar

Ablação de metástase pulmonar foi realizada no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo

No mês passado veio à tona que um paciente de 68 anos com cardiopatia grave passou por uma ablação de metástase pulmonar enquanto conversava com seu médico apenas com anestesia local.

Realizado no dia 19 de março deste ano, no Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or, em São Paulo, o procedimento utilizou a tecnologia de ablação tumoral térmica por micro-ondas, com duração exata de um minuto e quinze segundos.

A operação foi bem-sucedida, e o paciente recebeu alta hospitalar no dia seguinte. Por outro lado, se fosse por meio de técnicas convencionais, ele precisaria de dias de internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para se recuperar.

Vale lembrar que o Sistema de Ablação de Tecido por Micro-ondas trata tumores no fígado, rins e pulmões. Neste ele já foi utilizado no Hospital São Francisco em Goiânia (GO), após passar por testes no Hospital das Clínicas de São Paulo. Na ocasião, a intervenção foi realizada pelos médicos radiologistas e intervencionistas Marcos Menezes, do Hospital Sírio Libanês de São Paulo; e Raja Venkata, do Instituto de Angiologia Raja Venkata em Goiânia.

O que é ablação de metástase pulmonar?

A ablação de metástase pulmonar ou ablação pulmonar térmica é uma técnica minimamente invasiva, capaz de eliminar totalmente o tumor local, com maior precisão. Isso tudo proporciona mais segurança e eficácia, semelhante à intervenção cirúrgica tradicional ou robótica.

A equipe médica é guiada por imagem para destruir o câncer de pulmão por meio do superaquecimento ou congelamento. Diferente de métodos tradicionais, o foco do procedimento está na destruição do tumor com a preservação da capacidade pulmonar.

“A tecnologia utiliza ablação de tumor no pulmão guiado por tomografia com anestesia local. É um procedimento onde se cauteriza o tumor usando uma energia de micro-ondas, que dura entre um e três minutos. O inédito foi realizar esse tratamento com o paciente acordado, conversando com a gente enquanto tratávamos o tumor dele. Esse paciente tinha como particularidade um coração debilitado, com uma fração de ejeção de 15%, problema resultante de um infarto que teve no passado. Sendo assim, a anestesia era algo muito arriscado. Então, a melhor opção era tratá-lo sem nenhuma anestesia geral, somente com a local.”

A realização do procedimento feito apenas com anestesia local foi possível graças a essa técnica. Os médicos colocam uma agulha que emite ondas de micro-ondas e aquecem o tumor até 90 graus. Deste modo, o tumor é queimado sem a necessidade de retirá-lo do corpo do paciente.

De acordo com o cirurgião responsável, o resultado é equivalente à ressecção cirúrgica em termos de cura. É minimamente invasivo, não há cortes ou pontos, com tempo de anestesia muito mais rápido, com muito menos riscos de complicações.

Tipos de ablação pulmonar

Há três principais tipos:

  • Crioablação: É realizada uma terapia fria para congelar e causar a destruição do tecido tumoral;
  • Ablação por radiofrequência: Realizado a partir do aumento de temperatura local através de radiofrequência, que provoca agitação e destruição celular;
  • Ablação por micro-ondas: Neste procedimento, a destruição tumoral ocorre também pelo aumento de temperatura local, através da técnica de micro-ondas que utiliza uma agulha que possibilita o tratamento de áreas maiores, como foi o caso desse paciente de 68 anos.

Indicações clínicas

O tratamento é indicado para vários tipos de cânceres, além de ser uma opção para tratar lesões de forma menos invasiva e mais rápida, o que reduz o tempo de internação e ainda preserva a função dos órgãos que recebem o tratamento. E também não deixa cicatrizes e permite uma rápida recuperação. Luiz Tenório ressalta:

“O procedimento é indicado para tratar cânceres de fígado, rim e pulmão, desde que os tumores sejam pequenos, menores de três centímetros no caso de fígado e rim, e menores de dois centímetros para pulmão para se obter melhores resultados. A ideia é sempre queimar todo o tumor e um pouco do tecido ao redor do tumor.”

Por fim, o procedimento de ablação térmica por micro-ondas é feito em hospitais particulares, com custo estimado de R$ 20 mil. Porém, Na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), a tecnologia ainda não está disponível.

*Foto: Reprodução

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