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Câncer infantil: falar sobre o assunto é vital

por Plataforma dos Municípios
Câncer infantil

Câncer infantil, segundo a OMS, informa que por ano, a doença afeta a vida de em torno de 280 mil crianças em todo o mundo

Falar sobre o câncer infantil é de extrema importância. É o que revela Alba Muniz, Administradora Hospitalar, que gerenciou por sete anos o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém (PA).

Câncer infantil atinge quase 280 mil crianças por ano em todo o mundo

Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por ano, o câncer infantil afeta a vida de quase 280 mil crianças em todo o mundo.

Mas, em compensação, apesar de ser um tipo perigosamente agressivo, mas com alta possibilidade de cura porque o organismo das crianças — que está em pleno desenvolvimento — costuma dar boas respostas aos tratamentos.

Prevenção do câncer infantil

Por outro lado, a medicina possui condições de garantir saúde à maioria das crinças que enfrenta câncer. Isso porque a prevenção surge ainda no pré-natal e continua sob o olhar atento de pediatras. Mas, é necessário considerar o câncer como suspeita diagnóstica em reações não compatíveis com a idade da criança.

O desafio é identificar a doença ainda em seu estágio inicial e encaminhar os pacientes a um centro de diagnóstico e tratamento adequado, com profissionais especializados em câncer infantil — crianças têm características biológicas e orgânicas diferentes de adultos.

Instituto Nacional do Câncer

De acordo com dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), estima-se que pelo menos sete em cada dez crianças acometidas pelo câncer poderiam ser curadas.

Entretanto, é preciso concomitantemente cuidar da família. Essa foi a lição que Alba aprendeu enquanto esteve à frente do mais importante centro público para o diagnóstico e tratamento oncológico, voltado exclusivamente a crianças e adolescentes que vivem na região norte do país. A experiência durou quase sete anos, desde a inauguração do hospital, e encerrou em julho passado. Foi marcante e absolutamente transformador, revela Alba.

Ambiente alegre e colorido

Muitos podem imaginar que um hospital oncológico deve ser triste. Mas estão enganados, ele pode ser um ambiente alegre, colorido que emana energia. As crianças podem brincar e interagir, além de sorrirem. Portanto, há alegria até nas alas voltadas ao atendimento de quadros mais graves.

Além disso, poucas são as crianças que possuem a dimensão e o entendimento da luta que enfrentam. No entanto, é fundamental estabelecer um diálogo honesto e transparente, tanto com os familiares quanto com os pacientes.

Nada de lacunas

Não se pode deixar perguntas sem respostas. E as respostas precisam ser simples e esclarecedoras. É um direito de todo o paciente, independentemente de sua idade, revela Alba. A especialista diz ainda que os adultos se enganam se pensam que as crianças não são capazes de entender a complexidade e as consequências em torno do câncer.

Família

Contudo, lidar com a família e suas necessidades é outro desafio essencial para o tratamento da criança enferma. O impacto pode ser devastador, uma vez que o câncer mexe com toda a estrutura familiar (social e econômica) e exige presença permanente junto à criança em tratamento.

“Vi muitas e muitas mães abdicarem de tudo para acompanhar a recuperação de seus filhos. E o hospital não podia ignorar tamanho esforço e dedicação.”

Humanização

Ela diz ainda foi diante deste cenário que criaram uma postura mais humana dentro do próprio hospital. Além de uma renda-extra às mães, por meio de práticas empreendedoras. Uma ação reconhecida pela ONU Mulheres, braço da Organização das Nações Unidas, que lembramos com orgulho.

Com isso, o hospital contribuiu para minimizar os efeitos dessa ausência na composição da renda familiar e, consequentemente, para evitar o abandono ao tratamento que, aqui na América Latina, segundo a OMS, costuma afetar 30% dos casos totais.

Equipe médica que trata o câncer infantil

Sendo assim, a Organização Social Pró-Saúde, que gerencia o hospital, e com direção executiva do Wagner Augusto Portugal, estimula sempre os profissionais e médicos o envolvimento com os pacientes. Quando há uma atuação direta com o paciente, há uma maior compreensão e entendimento em relação a afetos, nascimento e fim da vida.

Por fim, Alba diz que falar “sobre o câncer infantil é vencer muitos tabus, é ampliar a percepção de que o país pode — e deve — fazer mais por suas crianças. O caminho, todos nós sabemos”.

*Foto: Reprodução

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