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Hospital curitibano Pequeno Príncipe faz 100 anos

por Plataforma dos Municípios
hospital curitibano pequeno príncipe faz 100 anos

Hospital Pequeno Príncipe é referência em pediatria no mundo e comemorou um século existência no dia 26, com menor taxa de mortalidade da história

No último sábado (26), o Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, comemorou cem anos de atividades dedicadas à pediatria. A entidade surgiu do sonho de voluntárias da sociedade curitibana, em 1919, em que integrantes do Grêmio das Violetas realizaram as primeiras consultas e distribuíram remédios às crianças de famílias de baixa renda.

Hospital Pequeno Príncipe hoje

Após décadas de esforço, carinho e profissionalismo, surgiram os edifícios que concentram hoje a instituição hospitalar. O Pequeno Príncipe é bastante comprometido em relação à saúde de crianças e adolescentes de todo o país, além de ser um dos centros pediátricos mais importantes do mundo, referência em procedimentos de média e alta complexidade.

Em 2018, o hospital alcançou um dos menos índices de mortalidade de sua história, com 0,59%.

32 de suas especialidades médicas estão vinculadas ao SUS, em 70% de sua capacidade, o que resulta em aproximadamente 305 mil atendimentos ambulatoriais, 23 mil internações, 21 mil cirurgias, 900 mil exames e 251 transplantes por ano. Estes números só reforçam ainda mais a importância do Hospital Pequeno Príncipe em meio à crise na área de saúde que assola o Brasil. Em afirmação ao jornal O Globo, José Álvaro da Silva Carneiro, diretor corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, disse o seguinte:

“O melhor indicador de todos foi a nossa taxa de mortalidade hospitalar, que em 2018 ficou em 0,59%, a menor da nossa história. No ano 2000, este mesmo índice foi de 2,5%, e o número de internações foi muito parecido com o de 2018. Contribuir para a redução de mortes e sofrimento de tantas famílias nos traz profundo orgulho”.

Internações pediátricas

Aproximadamente 16 mil leitos de internação pediátrica foram desativados no Brasil nos últimos 9 anos, afirma um relatório da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Portanto, o Pequeno Príncipe continuar a exercer seu papel é uma vitória e tanto a ser comemorada. Porém, a instituição precisa de um investimento maior para garantir sua plena operação sem interrupção, 24 horas, em todos os dias da semana.

O hospital oferece assistência com princípio de integralidade, que assegura o acompanhamento escolar de seus pacientes e garante a presença de um familiar durante todo o tempo do internamento. Isso não acontece em muitas instituições nacionais. Além disso, a equipe que atua setor de Farmácia do com complexo hospitalar tem cuidado redobrado com fracionamento dos medicamentos, com isso também vem a necessidade de mais capital nesta área.

O diretor técnico do hospital, Donizetti Dimer Giamberardino Filho, complementa:

“Além dessa realidade diferenciada, que prevê, entre outras questões, a produção de mamadeiras e de compostos de acordo com a necessidade de cada criança, em pediatria o deficit gerado em atendimentos pelo SUS é ainda maior. Fora isso, o faturamento referente aos procedimentos da área é, em média, 30% menor”.

A partir dos anos 2000, uma nova estratégia foi adotada, que resultou na captação de R$ 35 milhões que faltavam para fechar as contas anuais.

Programas humanitários

O Hospital Pequeno Príncipe ainda se difere dos demais, no quesito multiplicidade de ações de humanização, que são realizadas todos os dias em suas dependências. São programas destinados a pacientes, seus familiares e também aos funcionários.

O que possui maior destaque é o Família Participante, criado nos anos 1980 e que foi precursor de política pública ao possibilitar de um parente permanecesse dentro da instituição em um período em que só era permitido duas visitas por semana e apenas por meia hora.

Apesar da resistência, na época, o programa foi implantado e se tornou referência em todo o Brasil e que ainda se transformou em um direito adquirido depois da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, na década de 1990.

Atualmente, quem acompanha o paciente no Hospital Pequeno Príncipe recebe quatro refeições diárias, além de kit de higiene e sentar ou dormir em poltronas reclináveis. E os que vêm de fora de Curitiba e necessitam ficar na cidade para acompanhamento médico, pode ter acesso à Casa de Apoio da instituição, que possui seis quartos e 25 leitos.

Exemplos de ações humanitárias no Pequeno Príncipe

Os exemplos de ações humanitárias dentro do Hospital Pequeno Príncipe já podem ser sentidos nos corredores de suas dependências, onde é possível encontrar alguns dos 1,1 mil voluntários que se revezam. São cuidados que abrangem desde as brinquedotecas, passando pelas brincadeiras realizadas nos quartos e ambulatórios até chegar à biblioteca, que concentra todos os dias a atividade “a hora do conto”, e ainda a Praça do Bibinha, local de convivência que é um espaço também para apresentações musicais, teatrais e de dança.

E não é só isso, o hospital também se preocupa com a área educacional com a oferta de onze professores do Setor de Educação e Cultura que atuam com a missão de levar às crianças internadas um conteúdo parecido ao que está sendo passado em sala de aula. Com isso, é alcançado 80% de aprovação aos que retornam à rotina escolar.

Fonte: jornal O Globo

*Foto: Divulgação

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