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Pedido de crédito: como fazer em época de juros altos?

por Plataforma dos Municípios
Pedido de crédito

Pedido de crédito, segundo Fiep, indica alternativas mais viáveis para a indústria

De acordo com a expectativa do mercado financeiro, o Banco Central (BC) não modificou a taxa básica de juros no mês de junho. Isso porque o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, de forma unânime, manter a taxa Selic, que representa os juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. Portanto, diante da decisão, aqueles que necessitam de crédito na indústria, seja para o fluxo de caixa ou para a realização de novos investimentos, enfrentarão desafios.

Segundo a empresa O Facilitador, especializada em renegociação de dívidas, é preciso buscar opções de crédito mais baratas. Isso faz com que alguns empréstimos e financiamentos possuem juros mais baixos do que outros.

Pedido de crédito

De acordo com João Baptista de Lima Guimarães, analista do Núcleo de Acesso ao Crédito da Fiep (NAC/PR), em relação a pedido de crédito:

“Isso ocorre porque a taxa Selic serve como referência para as principais linhas de empréstimos e financiamentos do país. No entanto, o valor da taxa Selic também é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Assim, a política do banco se torna um fator de risco e preocupação para os diversos setores da economia, especialmente para a indústria.”

Além disso, os juros altos também prejudicam a realização de novos investimentos, projetos de atualização, compra de equipamentos e inovações acabam sendo adiados, uma vez que a baixa demanda não justifica tais necessidades e o custo do crédito impede a aquisição de novas tecnologias e realização de outros investimentos.

Como os empresários solicitam crédito

João Baptista explica ainda que “o momento não é ideal para adquirir um empréstimo”. Entretanto, caso o empresário tenha essa necessidade, é essencial negociar as condições junto ao seu banco de relacionamento e buscar alternativas, como as cooperativas de crédito e os bancos de desenvolvimento, em busca de oportunidades com juros mais atrativos.

O especialista ressalta também que o crédito é uma peça importante para a realização de investimentos e alavancagem de uma empresa. Porém, com seu uso deve ser bem planejado. Sendo assim, trata-se de uma operação com custos elevados que pode prejudicar aqueles que não se adequam ao cenário atual e não tomam os devidos cuidados.

Crédito de longo prazo

Além disso, é preciso ter em mente sobre a importância de priorizar o crédito de longo prazo para financiar investimentos fixos, como a compra de máquinas, construções ou projetos de inovação e eficiência energética. As linhas de crédito voltadas para esses fins oferecem condições de prazo e valores mais atrativos em comparação aos empréstimos de curto prazo destinados ao pagamento de despesas diárias.

Mas acontece que o Núcleo de Acesso ao Crédito da Fiep desempenha um papel de apoio aos empresários na busca por recursos financeiros. São realizadas entrevistas com os empresários para compreender as realidades e fornecer orientações sobre as linhas de crédito que melhor atendem às necessidades da indústria, otimizando todo o processo, detalha João Baptista.

“Apesar do alto custo das operações de crédito, ainda existem algumas alternativas viáveis e atrativas para os industriais. Um exemplo são as linhas de crédito para inovação, que possibilitam o financiamento de todas as despesas relacionadas ao desenvolvimento de novos produtos ou processos, assim como linhas e programas voltados para projetos de sustentabilidade e eficiência energética, que contam com taxas subsidiadas e prazos mais longos.”

Localidades

No caso da indústria do Paraná, o governo estadual, por meio da Fomento Paraná, oferece aos empresários alternativas que contemplam também a indústria, como o Fundo de Desenvolvimento Econômico, que pode subsidiar operações de crédito e reduzir juros de financiamento de projetos no valor de até R$ 500 mil reais para empresas. Sobre isso, Heraldo Neves, presidente da Fomento:

“Também temos dois novos fundos à disposição de todos os setores da atividade econômica: o Fundo de Aval Garantidor (FAG), que é o instrumento adicional de garantia que nós temos no estado, além de um fundo de inovação para micro e pequenas empresas.”

Produção

Já em relação à produtividade, Wilson Bley Lipski, diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), explica que as linhas de inovação como um caminho traz oportunidades e está alinhado às necessidades de diversas indústrias.

Entre as oportunidades mais atrativas, o gestor menciona a Inovacred 4.0 e Finame Materiais para aquisição de insumos para a indústria. A linha Finep 4.0 é uma dessas formas de apoio, através da qual, apenas neste ano, foram repassados R$ 1 bilhão desses recursos pelo BRDE nos três estados da região Sul.

Por fim, depois da manutenção da Taxa Selic pelo Banco Central, a expectativa do mercado financeiro é que o ciclo de redução deva ter início nas próximas reuniões do Copom de agosto e setembro.

*Foto: Reprodução/Unsplash (Towfiqu barbhuiya – unsplash.com/pt-br/fotografias/JhevWHCbVyw)

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