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Feira Hippie de Ipanema: expositores cobram auxílio da prefeitura

por Plataforma dos Municípios
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Feira Hippie de Ipanema é realizada aos domingos há mais de 50 anos, na Praça General Osório

Prometido a pessoas em situação de vulnerabilidade no Rio de Janeiro, os ambulantes da tradicional Feira Hippie de Ipanema cobraram da prefeitura o recebimento do benefício de R$ 500. O valor se refere ao período de paralisação entre 26 de março e 4 de abril, como medida de conter o avanço da Covid-19.

Apesar da alteração das restrições anunciada na última sexta-feira (9), as feiras especiais seguem suspensas. Portanto, ontem (11), a Feira Hippie não ocorreu.

Feira Hippie de Ipanema

Com isso, os expositores, que também a economia local, foram prejudicados. É o caso da artesã Vania Menezes, que trabalha há mais de 20 anos na feirarte vendendo velas no bambu. Ela firma que sua renda mensal vem toda da exposição na feira. Na ausência deste dinheiro, Vanis tem feito bicos como faxineira. Mas o valor que consegue não chega nem perto do que recebe na feira.

“Nós aceitamos ficar sem trabalhar durante esse período, mas a diferença no orçamento é enorme. Eu voltei a expor em julho, quando começou a flexibilização, mas tem idosos que estão sem trabalhar desde março de 2020. Sem o auxílio emergencial, esse benefício torna-se essencial.”

Quem pode receber o benefício municipal?

De acordo com os critérios, estão aptos a receber o auxílio de R$ 500 todos os ambulantes que pagam a Taxa de Uso de Área Pública (Tuaps) e que tiveram as atividades interrompidas no período. No entanto, mesmo atendendo aos requisitos, o CPF de Vania não foi autorizado pelo sistema.

Além dela, os outros 520 artesãos da Feira Hippie de Ipanema também não foram beneficiados. Segundo a artista Angela Nascimentos, que expõe brinquedos de madeira na praça há 23 anos, somente o marido, que atua como vendedor ambulante na Feira do Lavradio, no Centro do Rio, foi contemplado:

“Meu marido receber até ajuda, mas não o suficiente. Minha renda auxiliava nas despesas. Desde o início da pandemia, ganhamos apenas uma cesta básica da prefeitura. É muito difícil.”

Associação de Moradores de Ipanema

Em contrapartida, e na intenção de aliviar a falta de assistência, a Associação de Moradores de Ipanema (Amais) está articulando junto à presidência da feira a doação de cestas básicas aos expositores.

Sendo assim, uma das contempladas será a artesã Camila Jilek, que cresceu na feira e hoje depende das vendas de brinquedos terapêuticos ali. Para driblar a situação, ela vende virtualmente no Instagram (@eu.camilajilek).

“Faço parte da feira desde que nasci, há 43 anos. É um absurdo o que estão fazendo com a gente.”

Seop

Em nota, a Secretaria de Ordem Pública (Seop), responsável pelo cadastramento, disse que o benefício é concedido apenas às feiras com licença para ambulantes. Entretanto, a pasta não respondeu sobre a exclusão das chamadas feirartes.

*Foto: Divulgação

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