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Pesquisa OCDE: Brasil registra habilidades socioemocionais dos alunos

por Plataforma dos Municípios
Pesquisa OCDE: Brasil registra habilidades socioemocionais dos alunos

Pesquisa OCDE coletou dados na cidade de Sobral, no Ceará, e revelam níveis mais baixos em alunos socioeconomicamente desfavorecidos

Na semana passada, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) lançou o relatório final da pesquisa Social and Emotional Skills for Better Lives (Competências socioemocionais para uma vida melhor, na tradução), resultado da segunda rodada do Estudo SSES (Survey on Social and Emotional Skills).

Pesquisa OCDE

Esta é a primeira vez que o Brasil integra a pesquisa OCDE, que teve sua primeira rodada em 2019. A coleta de de dados aconteceu através de parceria com o Instituto Ayrton Senna e com a Secretaria Municipal de Educação de Sobral, no Ceará.

Como foi a coleta de dados

A coleta de dados teve como respondentes, estudantes de 10 a 15 anos, de 16 países e entidades subnacionais ao redor do planeta. Além disso, a pesquisa avaliou o desempenho de tarefas, estado emocional, de abertura ao novo, de engajamento com os outros e de espírito de colaboração.

Tais competências, segundo a OCDE, estão relacionadas a melhores resultados na saúde, na educação e, posteriormente, no mercado de trabalho.

De acordo com Ernesto Heinzelmann, presidente do Conselho de Administração do Instituto Coree, voltado à educação e inovação, diante do resultado da pesquisa da OCDE, fica perceptível novamente um grande alerta para a educação no Brasil.

Aspectos socioemocionais dos alunos

Já para a gerente de pesquisa e membro do laboratório de ciências para educação do Instituto, Karen Teixeira, o estudo também é voltado aos profissionais da educação para que eles aprendam a identificar os aspectos socioemocionais dos alunos, além de adaptar as abordagens de ensino.

Ela complementa que este levantamento pode levar a debates construtivos, assim como desenvolver competências na escola, auxiliando no trabalho dos professores, além de ajuadar na formulação de políticas públicas.

Resultados entre grupos sociodemográficos

Em relação aos territórios analisados, a pesquisa mostra que alunos socioeconomicamente desfavorecidos, relatam níveis mais baixos de todas as habilidades socioemocionais em comparação com alunos que têm mais oportunidades. Fica evidente também o contexto econômico, social e cultural e as competências de criatividade, tolerância, assertividade, curiosidade, iniciativa social e empatia.

Como foi o estudo emk Sobral

Em específico, o município de Sobral (CE), conta com estudantes de 10 anos em situação desfavorável. Já os alunos de 15 anos, em contextos desfavorecidos, relataram níveis mais baixos de competências de abertura ao novo (como curiosidade, tolerância e criatividade) e de engajamento com os outros (assertividade e sociabilidade) do que aqueles em situações mais favoráveis.

Perspectiva de futuro

Os dados também apontam que a cidade brasileira é destaque em expectativa de conclusão do ensino superior, o que corresponde a 84%, enquanto 57% espera ter emprego gerencial ou profissional aos 30 anos. Além disso, 97% dos jovens de 15 anos espera concluir o ensino superior, enquanto 60% espera ter um emprego gerencial ou profissional aos 30 anos.

Em Sobral, esses níveis mais desenvolvidos da maioria das competências foram relacionados a melhores notas em matemática, leitura e artes entre estudantes de 15 anos. já quem se declarou mais entusiasmado conseguiu obter melhores notas em matemática e em artes, enquanto estudantes com níveis mais elevados de assertividade tenderam a obter melhores notas em matemática e leitura.

Questão de gênero

Em contrapartida, a pesquisa demonstrou que meninas e meninos avaliam suas competências sociais e emocionais de modo diferente e essas diferenças são mais pronunciadas aos 15 anos. Em média, os meninos relatam maiores habilidades de regulação emocional (resistência ao estresse, otimismo e controle emocional) e energia do que as meninas aos 15 anos em todos os locais participantes.

A análise incluiu alunos que optaram por autodeclarar o gênero. Sendo assim, além de “masculino” e “feminino”, a opção “outro” foi disponibilizada na maioria dos sites, segundo o documento.

Nível de bem-estar

No quesito bem-estar, em Sobral, os meninos também têm nível superior ao das meninas, além de índices mais baixos de ansiedade durante testes e aulas. Os estudantes favorecidos também relatam níveis mais elevados nas cinco medidas positivas de bem-estar e saúde em relação aos desfavorecidos.

Cigarros e álcool

Por fim, em relação aos hábitos saudáveis, o estudo revela que no município cearense, 9 em cada 10 alunos nunca fumaram cigarros ou consumiram álcool, um índice menor do que a média geral.

*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/alunos-aprendendo-na-escola-em-sua-sala-de-aula_29805871.htm#fromView=search&page=1&position=49&uuid=2871d520-fb53-440a-b55a-b4e7a257a922

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