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Fortaleza promove acolhimento psicológico em praças

por Plataforma dos Municípios
fortaleza promove acolhimento psicológico em praças

Iniciativa partiu de profissionais da área e de organizações

A cidade de Fortaleza promove acolhimento psicológico em praças da região a toda população. O intuito do projeto “Escutas Terapêuticas” é ofertar, talvez, o primeiro contato de um tratamento às pessoas que não têm condições de pagar.

Os locais escolhidos para a iniciativa foram os espaços públicos da capital cearense, como praças. Profissionais da área e de organizações juntaram-se para conseguirem dar este apoio de forma gratuita aos moradores da região.

Como funciona

Os profissionais voluntários ficam em praças do munícipio já pré-determinadas. Eles se posicionam em cadeiras à espera de pessoas que queiram conversar. Não há o tradicional divã como em um consultório e é por isso mesmo que muitos cidadãos sentem-se mais à vontade e se aproximarem do psicoterapeuta.

Não há julgamentos, apenas uma espécie de acolhimento proposto por este projeto. O profissional vai escutar as angústias, anseios e desequilíbrios de que o procurar nas praças.

Neste fim de semana, por exemplo, o encontro será promovido na Praça do Ferreira e no Passeio Público – Praça dos Mártires – ambos no centro de Fortaleza. Os dois grupos distintos se colocarão à disposição da população que não possui recursos para pagar um tratamento particular.

Fatores limitantes

Assim como em outras regiões brasileiras, o atendimento psicológico oferecido por Fortaleza também precisa vencer algumas barreiras. O público ainda cria tabu voltados ao tema da análise. Por conta disso, o acesso é dificultado por eles mesmos. No entanto, muitas pessoas deixam de ter contato com o atendimento psicoterapêutico por condição financeira como já vimos acima.

A oferta de atendimento em locais públicos já é uma realidade em muitas cidades do país. Os profissionais voluntários e instituições do setor se organizam com o mesmo propósito de ajudar quem precisa.

Estes encontros acontecem desde 2018, porém de modo esporádico. Mas ainda são muito importantes para que a população entenda e consiga enxergar seus próprios medos e estar mais aberto a assuntos ligados à saúde mental do ser humano como um todo.

Acolhimento psicológico em praças

Neste sábado (6), o Instituto Bia Dote, ligado a trabalhos de prevenção ao suicídio e preservação da vida, promoverá o projeto Terapia na Cidade. O local escolhido foi a Praça do Ferreira, na parte da manhã. Os encontros acontecerão todos os sábados de julho. Além disso, há a possibilidade de retorno do projeto também nos meses de agosto e setembro.

Duas psicólogas estarão no local, em forma de revezamento por hora. O atendimento será realizado por ordem chegada, sem necessidade de agendamento prévio.

Edição passada

Não é a primeira vez que o Instituto promove a iniciativa, que já ocorreu durante os meses de outubro e novembro do ano passado. Na ocasião, as escutas terapêuticas aconteceram na Praça da Gentilândia, no Benfica.

De acordo com a presidente da entidade, Lucinaura Diógenes, o atendimento realizado em locais públicos não é um tratamento como os feitos em consultório. Ele é considerado um acolhimento com finalidade terapêutica, porém realizado por profissionais capacitados.

Ela ressalta que a alta demanda de casos nem sempre consegue ser suprida pelos serviços públicos. Além disso, uma consulta particular apara avaliar um paciente, no mínimo, é cobrado R$ 128,30. Já para iniciar um acompanhamento o custo é de R$ 104,96 cada sessão. Ou seja, é inviável para a população de baixa renda que tem outras prioridades mensais.

Lucinaura afirmou ao jornal Diário do Nordeste:

“Podemos dizer que a psicoterapia ainda é um serviço elitizado. Nossa iniciativa é pontual. Não é uma terapia. Mas é uma escuta e o profissional vai sem julgamento. Quando a pessoa começa a falar, vê que é uma escuta respeitosa e é uma forma de se autoconhecer”.

Importância do projeto

Para ela, o Projeto Escuta é fundamental para que as pessoas deixem os tabus em torno do tema para trás e busquem estes apoios gratuitos. A profissional ainda disse que a iniciativa foi inspirada no que já ocorre na cidade de São Paulo. Todavia, houve uma adaptação em Fortaleza, em que foi criado justamente este serviço de acolhimento, que pode ser chamado de plantão psicológico. Pois os profissionais da área sentiam a necessidade da população ter um local que demonstrasse segurança para elas falarem sobre suas angústias e que não tivessem medo de se aproximar.

A escolha por praças públicas junta a possibilidade de estar num local sem demarcação de território, mas que também se preocupa que a pessoa que está recebendo este acolhimento não seja ouvida por outros transeuntes, apenas pelo psicoterapeuta voluntário.

Os psicólogos levam suas cadeiras às praças e esperam por seus pacientes daquele dia. As consultas não tem horário certo como costumam ser em um tratamento privado. Tudo dependerá do que a pessoa vai falar ao profissional. São atendimentos pontuais e focados na questão que a pessoa traz à sessão. O profissional estará apto também para sugerir, a depender do caso, que a pessoa procure atendimento específico, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) ou nas clínicas das universidades, que oferecem tratamento gratuito ou a um valor bem mais acessível.

Locais

O projeto Terapia na cidade estará todos os sábados de julho, das 8h às 12h, na Praça do Ferreira. As sessões são promovidas pelo Instituto Bia Dote.

Já o projeto Escuta na Praça acontecerá neste domingo (7), das 9h às 12h, no Passeio Público – Praça dos Mártires. O acolhimento será realizado por 20 psicólogos voluntários.

Fonte: Diário do Nordeste

*Foto: Divulgação

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