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Câncer agressivo de pâncreas: estudo revela condição comum que faz alerta

por Plataforma dos Municípios
Câncer agressivo de pâncreas

Pesquisadores querem entender uma possível ligação de cálculos biliares que permite diagnosticar precocemente um câncer agressivo de pâncreas

Recentemente, veio à tona uma nova pesquisa que descobriu que pessoas que sofrem com cálculos biliares (pedras na vesícula) são seis vezes mais propensas a desenvolver um câncer agressivo de pâncreas.

Além disso, ainda sobre as pedras na vesícula, elas podem estar associadas a uma alimentação gordurosa.

Câncer agressivo de pâncreas

Um câncer agressivo de pâncreas, muitas vezes, pode ser fatal. Isso porque, geralmente, é diagnosticado em um estágio final. Hoje, somente entre 10% e 20% das pessoas diagnosticadas com este tipo de câncer recebem o diagnóstico quando ainda pode ser curado com cirurgia.

De acordo com a autora do estudo, Dra. Marianna Papageorge, pesquisadora do Boston Medical Center:

“Acho que o que realmente espero que as pessoas tirem disso é que os pacientes precisam de um bom acompanhamento.”

Ela ressaltou ainda:

“E isso são todos os pacientes, obviamente, mas especialmente para pacientes que estão apresentando doença de cálculos biliares ou têm a vesícula biliar removida. Esses pacientes precisam ter certeza de que estão sendo acompanhados por seu médico, seu cirurgião, quem quer que seja, para que, se outro sintoma aparecer, eles possam ser tratados em tempo hábil.”

O estudo

Além disso, durante o estudo, os pesquisadores utilizaram registros de 2008 a 2015, em um banco de dados de saúde com 18.700 pacientes de adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC).

Na sequência, a equipe descobriu 4,7% das pessoas com esse PDAC receberam um diagnóstico de cálculo biliar no ano anterior ao diagnóstico de câncer. E aproximadamente 1,6% tiveram suas vesículas removidas.

Em comparação, naqueles sem diagnóstico de câncer, apenas 0,8% tiveram diagnóstico de cálculos biliares e 0,3% tiveram suas vesículas removidas.

Por outro lado, a pesquisadora Marianna Papageorge disse que foram capazes ainda de determinar as interações causais. Porém, há uma hipótese de “que isso causa inflamação na área do pâncreas, então essa inflamação de irritação crônica que também pode levar à displasia e, finalmente, ao carcinoma”.

Entretanto, os pesquisadores não afirmam que a doença do cálculo biliar provoque um câncer no pâncreas. Eles disseram apenas que uma pequena porcentagem de pessoas tem ambos os problemas.

Sintomas de pedras na vesícula

Vale destacar que muitas pessoas podem passar anos sem apresentar sintomas de cálculos biliares. Mas, outras costumam sofrer com cólica biliar. Esta condição é caracterizada por uma dor intensa no lado direito superior do abdômen e que se irradia para a parte de cima da caixa torácica ou para as costelas.

Todavia, essa dor pode vir ou não acompanhada de febre, náuseas e vômitos. E costuma aparecer após as refeições, especialmente quando se ingere alimentos gordurosos.

Portanto, ao perceber esses sintomas, especialmente dor intensa do lado direito do abdômen, é recomendável se consultar com um gastroenterologista, médico especialista nos problemas do trato digestivo.

Contudo, às vezes, os cálculos biliares são detectados quando os exames de diagnóstico por imagem, como ultrassonografia, são feitos por outros motivos.

Principais causas dos cálculos biliares

Por fim, além da predisposição genética, muitos outros fatores contribuem para a formação de pedra na vesícula. Mas, alguns fatores que aumentam o risco são:

  • Dieta rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras;
  • Vida sedentária, com elevação do LDL (mau colesterol) e diminuição do HDL (bom colesterol);
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Hipertensão (pressão alta);
  • Fumo;
  • Uso prolongado de anticoncepcionais;
  • Elevação do nível de estrogênio – o que explica a incidência maior de cálculos biliares nas mulheres.

*Foto: Unsplash

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