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Mosteiro de Macaúbas recebe doações para sua recuperação

por Plataforma dos Municípios
mosteiro de macaúbas recebe doações para sua recuperação

300 anos de história do Mosteiro de Macaúbas são marcados por infestação de cupins, mas doações têm chegado para salvar o local

Com as doações recebidas, o Mosteiro de Macaúbas, um convento localizado em Santa Luzia, em Minas Gerais, poderá iniciar seu processo de descupinização de 6,6 mil metros quadrados de instalações históricas. Uma campanha foi movida e conseguiu e arrecadar verba suficiente para sua restauração.

Campanha Mosteiro de Macaúbas

A campanha foi iniciada em setembro de 2017, chamada Abrace Macaúbas, para beneficiar o Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Além disso, foi marcada para hoje (14) a assinatura do contrato para o começo do processo de descupinização do edifício de 6,6 mil metros quadrados. Segundo a madre Maria Imaculada de Jesus Hóstia, em declaração ao jornal Estado de Minas:

“Esta etapa é fundamental para a preservação deste patrimônio com mais de 300 anos de história, pois a maior parte da estrutura é em madeira.”

O trabalho vai custar R$ 100 mil, e que pretende resolver um dos problemas mais sérios do patrimônio histórico. Da capela aberta aos fiéis aos domingos, por exemplo, surgiam insetos que “devoravam” pedaços do piso de tábuas corridas.

Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia

Uma parceria entre as monjas concepcionistas nesta empreitada, batizada de Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia, trabalha em duas frentes: o projeto elétrico, já em andamento, e o de combate a incêndio.

Já Adalberto Andrade Mateus, presidente da entidade, aponta que o Mosteiro de Macaúbas é um dos expoentes do estado mineiro e que neste ano completa 300 anos da separação das capitanias de Minas Gerais e São Paulo:

“O mosteiro impressiona pelas dimensões e conservação externa, mas por dentro precisa de reforma imediata de todo o sistema elétrico, descupinização, enfim, de obra de restauro”.

Além disso, as ações de conservação possuem apoio do Memorial da Arquidiocese de BH, da Paróquia Santa Luzia e do Vicariato da Ação Missionária das Cidades Históricas. Todas elas são acompanhadas por Marcos Paulo de Souza Miranda, promotor de Justiça da comarca. E as obras são fiscalizadas por uma comissão da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Santa Luzia, Iepha e Iphan.

Restauro do muro de proteção

Em 2019, o Abrace Macaúbas conseguiu restaurar o muro de proteção, construído no século 18, do mosteiro situado às margens do Rio das Velhas. Sua estrutura foi preservada graças ao entendimento a um acordo entre o Ministério Público de Minas Gerais, a Prefeitura de Santa Luzia e um empreendedor luziense que custeou os R$ 105 mil da intervenção.

Alertas de perigo de cinco anos atrás

Há cinco anos, o Mosteiro de Macaúbas já dava indícios da necessidade de um restauro urgente. Uma campanha foi gerada para a compra de latas de tintas para dar vida às portas coloniais, na cor azul, além de janelas e o branco das paredes, preparando o convento para a festa de tricentenário, em 2014.  Já o forro da capela, pintado no começo do século 19 por Joaquim Gonçalves da Rocha, de Sabará, também demanda intervenção urgente. Existem gambiarras de fios, colunas com perdas de reboco, buracos em madeiras e outros sinais de perigo.

Mosteiro de Macaúbas – lugar ilustre

Hoje, conhecer o Mosteiro de Macaúbas, como ficou carinhosamente conhecido o local de recolhimento das religiosas concepcionistas, proporciona uma experiência única. Estas mulheres ficam ali, entre roseiras para produção de vinho, e em meio a muitas orações e trabalho duro. Em sua entrada, podemos identificar a pintura de uma personagem essencial a esta história: o eremita Félix da Costa, natural de Penedo (AL), em 1708, pelo Rio São Francisco, acompanhado por irmãos e sobrinhos.

Apenas três anos depois que conseguiu chegar à Santa Luzia, onde ergueu uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, de quem era devoto.

Estes espaços recebiam mulheres de diversas origens, as quais podiam pedir reclusão absoluta ou passageira. Sendo assim, estes locais abrigavam garotas e mulheres adultas, além de órfãs, pensionistas e devotas. Algumas delas ficavam por curto período, apenas para “guardar a honra”, enquanto seus maridos e pais permaneciam ausentes da colônia, ou ainda servia de refúgio para aquelas consideradas desonradas pela sociedade da época.

Presenças ilustres

O Mosteiro de Macaúbas também recebeu personalidades ilustres, como as filhas da escrava alforriada Chica da Silva, que vivia com o contratador de diamantes João Fernandes. Ela se hospedava na casa ao lado do convento. Como parte do pagamento do dote de suas filhas, Fernandes mandou erguer, entre 1767 e 1768, a chamada Ala do Serro, composto por um mirante e 10 celas (quartos para as religiosas).

A partir de 1847, o recolhimento operou também como colégio, um dos mais tradicionais de Minas Gerais, que durou até as primeiras décadas do século 20. Em seguida, a escola entrou em decadência, em função da chegada de congregações religiosas europeias com grande experiência na educação de meninas. E em 1933, o Mosteiro de Macaúbas passou a abrigar o convento da Ordem da Imaculada Conceição.

Contribuições para o mosteiro de macaúbas

Caixa Econômica Federal, em nome do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição Macaúbas – Agência: 1066, operação 013, conta poupança 75.403/4 e CNPJ: 19.538.388/0001-07

Fonte: Jornal Estado de Minas

*Foto: Divulgação /Beto Novaes/EM/D.A Press

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